5G - A Saúde Pública em risco no Algarve
Movimento de cidadãos algarvios demanda a suspensão imediata do processo de instalação da denominada tecnologia de telecomunicações de quinta geração na região
O movimento de cidadãos de âmbito regional “Stop 5G Algarve” exige uma discussão pública séria e informativa, baseada em ciência isenta. Promete ação jurídica em tribunal, assim como ação cívica no sentido de promover esclarecimento junto da população. Apelam pela participação da população e pela mobilização da sociedade civil em torno da questão a qual consideram de elevado risco para a saúde pública.
Conhece as vantagens e desvantagens do 5G? Concede a si mesmo o direito democrático e Humano de decidir?
O estado de pandemia actual que estamos a viver empurrou de forma acentuada a sociedade para a transição digital. A nova “normalidade” exige distanciamento social e pressupõe uma necessária optimização de todo o tipo de actividade Humana. Gradualmente assistimos no “novo quotidiano” à introdução de objetos e equipamentos munidos de inteligência artificial, a chamada “internet das coisas”, pela via da qual se impõe uma autêntica monitorização social global. A quinta geração de telecomunicações, mais conhecida por 5G do acrónimo inglês “fifth generation”, apresenta-se como a peça fundamental para o funcionamento da nova ordem digital Mundial.
Neste sentido, os cidadãos vêm-se obrigatoriamente empurrados a obedecer e a se adaptar às circunstâncias de um novo modelo civilizacional que não foi publicamente discutido e democraticamente decidido.
Levantam-se claramente questões de saúde pública, de moral e liberdade humana, assim como da actual e estructural mudança do funcionamento das democracias e sociedades do Mundo.
Em Portugal, as Empresas de telecomunicações, diversos órgãos de comunicação social e o próprio governo português têm vindo a promover junto do grande público a implementação da tecnologia de 5G publicitando apenas os seus possíveis benefícios. No entanto, não está a ser considerado o gigantesco leque de evidências científicas que aponta efeitos biológicos negativos para a saúde Humana quando exposta à radiação eletromagnética artificial polarizada, que é utilizada nas telecomunicações.
São várias as questões levantadas por cientistas e cidadãos um pouco por todo o Mundo. É sobretudo o aumento da intensidade do sinal e os efeitos não-térmicos associados que justifica a preocupação que os cientistas têm em relação ao 5G e à chamada “internet das coisas”.
Neste sentido, os valores seguros operacionais recomendados pela Building Biology Evaluation Guide-Lines são de 0,1 micro watt por metro quadrado. No entanto, o 5G operará, com intensidades de 1,0 watt por metro quadrado, ou seja, 10 milhões de vezes acima do valor considerado seguro recomendado.
Os efeitos não-térmicos da radiação eletromagnética artificial polarizada estão amplamente demonstrados na literatura científica. Sendo do conhecimento científico que a emissão altamente pulsada das ondas electromagnéticas das telecomunicações, que vai caracterizar o 5G, potenciam ainda mais os prejuízos para a saúde humana. Todavia, por causa do conflito de interesses que as entidades reguladoras mantêm com a indústria tecnológica - uma vez que tal consideração factual iria inviabilizar a esmagadora maioria dos equipamentos que hoje temos e das várias infraestrutura instaladas - as grandes entidades reguladoras mundiais como a ICNIRP ou a FCC acabam por manter os standards que usam desde a década de 90 e optam por ignorar todos os efeitos não-térmicos da radiação artificial polarizada, altamente disruptiva para a saúde Humana, animal e ambiental.
Há mais de cinco décadas que estudos médicos e científicos comprovam os efeitos negativos imediatos mas também cumulativos da exposição humana à radiação eletromagnética artificial, mesmo a níveis baixos. São apontados efeitos biológicos ao nível da saúde humana como: dor de cabeça, disrupções do sistema digestivo e cardiovascular, patologias neurológicas ou descontrole funcional do sistema nervoso central, esclerose, infertilidade, depressão ou suicídio, etc,. A OMS considerou timidamente em 2011 a radiação eletromagnética artificial como potencialmente cancerígeno.
É de notar que esta tecnologia está neste momento a ser implementada em Portugal, como por todo o Mundo, sem que seja levada a cabo uma séria discussão pública sobre o assunto e sem que sejam consideradas evidências científicas fulcrais para a saúde pública.
Um dos mais significativos destes estudos é o que foi elaborado pelo “National Toxicology Program” do Departamento de Saúde dos Estados Unidos da América. Este levou a cabo um projecto de 30 milhões de dólares designado por “Cell Phone Radio Frequency Radiation”, onde ratos foram expostos a radiação electromagnética das telecomunicações, similares às usadas nas segunda e terceira gerações, 2G e 3G. Os resultados do estudo foram anunciados em 2018 e dizem, entre outras coisas, o seguinte: “existem evidências claras de que ratazanas expostas a altos níveis de radiação de radiofrequência, como os usados nos telemóveis 2G e 3G, desenvolveram tumores cardíacos. Há também alguma evidência de tumores no cérebro e na glândula adrenal de ratazanas macho expostos. Para ratazanas fêmea e ratos macho e fêmea, a evidência foi equívoca quanto aos cancros observados estarem associados à exposição à radiação de radiofrequência.”
Durante o recente "estado de emergência" e enquanto a consulta pública referente ao leilão de operadoras 5G se encontrava adiada, foram instaladas por todo o país candeeiros de novas lâmpadas LED que incorporam pequenas cúpulas, que são na realidade antenas, preparadas para receber e retransmitir sinal de ondas milimétricas 5G (usando a banda de frequências de 1800 MHz). Estima-se que venham a ser instaladas 800 micro antenas por quilómetro quadrado, o equivalente a 8 antenas por pessoa em Portugal (considerando uma densidade populacional de 120 pessoas por quilómetro quadrado segundo os sensos de 2011). A densidade de antenas emissoras de radiação em alta frequência e a proximidade das mesmas junto de todos nós é muito preocupante uma vez que nos expõe continuamente, e sem escapatória, a este tipo de radiação altamente prejudicial.
Frisamos que nenhuma cidade pode na verdade considerar-se Cidade "Inteligente" ou Smart City se tal inclui tamanha poluição de radiação danosa e perigosa como é comprovadamente o 5G.
São várias as cidades do Mundo que já baniram o 5G. Como o Município de Bad Wiessee na Alemanha (Baviera, Novembro) – onde por unanimidade a implantação do 5G foi rejeitada, invocando o Princípio de Precaução. No Bangladesh o Supremo Tribunal emitiu 12 directrizes, incluindo a imposição de uma proibição da instalação de torres de telecomunicações nos telhados de áreas residenciais, instituições de ensino, hospitais, prisões, locais históricos, parques infantis e locais de culto.
Residentes e visitantes oriundos de várias nacionalidades têm procurado desde sempre o Algarve devido aos seus elevados padrões de saúde ambiental, livre de poluição industrial e de radiações nefastas.
Pedimos o bom senso dos autarcas algarvios, no sentido de integrar as evidências e proteger os algarvios e a região da danosa tecnologia 5G.
Solicitamos esclarecimentos junto dos dezesseis Municípios do Algarve, junto da Comunidade Intermunicipal do Algarve - Amal, e junto das entidades CCDR e DRS.
Pedimos que as entidades públicas de responsabilidade sobre este assunto respondam devidamente a todas as cartas, dúvidas e avisos que todos os cidadãos e cientistas estão a enviar.
Exigimos honestidade moral, intelectual e científica por parte da ANACOM, a entidade reguladora em Portugal.
Não podemos aceitar a recente Resolução de Ministros de 21 de Abril de 2020 na qual o 5G nos é apresentado como uma "espécie" de desígnio nacional da nova transição digital.
Exigimos que o governo suspenda de imediato a implementação e teste da tecnologia 5G em Portugal. Demandamos a aplicação imediata do Princípio da Precaução e o fim deste atentado à saúde humana e da democracia Portuguesa..
PARTICIPA:
Referências médicas e científicas:
1. O maior, mais extenso e longo estudo jamais realizado sobre frequências eletromagnéticas (https://bioinitiative.org/) concluiu que os "Bioefeitos são claramente estabelecidos de ocorrer com níveis de exposição muito baixos (efeitos não-térmicos) a campos eletromagnéticos e a radiações de radiofrequência.".
2. https://www.emf-portal.org/en (portal da Universidade de Aachen, com milhares de estudos médicos revistos por pares)
3. O Freiburger Appeal, assinado por mais de 1.000 médicos é muito claro: http://freiburger-appell-2012.info/en/observations-findings.php e as suas recomendações ainda mais claras, no entanto a evolução da situação tem sido o absoluto contrário http://freiburger-appell-2012.info/en/recommendations.php
4. https://emfscientist.org/
5. “Recent Research on Wireless Radiation and Electromagnetic Fields” Compilação com mais de 750 estudos cientificos. https://www.saferemr.com/2019/07/recent-research.html?fbclid=IwAR2I8XFXbYqChUUYnSsJtDW6PSTJd4e8ssM_8x0uLGTaGT4hFsEt9ThcsA
Documentação Parlamento Europeu:
1. The potential dangers of electromagnetic fields and their effect on the environment
http://assembly.coe.int/nw/xml/XRef/Xref-XML2HTML-en.asp?fileid=17994
2. Effects of 5G wireless communication on human health https://www.europarl.europa.eu/thinktank/en/document.html?reference=EPRS_BRI%282020%29646172
11 de Maio de 2020,
O Movimento de Cidadãos STOP 5G Algarve.
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